A instituição onde você trabalhou não define a sua marca

“Muito difícil eu me tornar uma marca sem a chancela da instituição para a qual sempre trabalhei.” Tenho ouvido muito isso ultimamente, especialmente das pessoas que trabalharam muitos anos em empresas e agora estão empreendendo. Ou porque se aposentaram e não querem/não podem parar de trabalhar, ou porque perderam seus empregos e viram no empreendedorismo uma (ótima) opção. Se você está nessa situação, calma, que eu vou te contar uma coisa.

“MARCIA FIALHO… DA ONDE?” Ah, como me irritava quando antigamente, quando não havia celulares, eu telefonava para empresas e me perguntavam isso. A pirracenta, dependendo do humor do dia, respondia “eu não sou DA ONDE, sou Marcia Fialho” e muitas vezes a pessoa insistia “mas Marcia Fialho de qual empresa?” e eu seguia “eu não sou de qual empresa, eu sou Marcia Fialho! Pode falar que é a Marcia Fialho que a pessoa pra quem estou ligando vai saber quem é.” Faz tempo isso, muito porque hoje em dia (além de eu não fazer mais pirraça) na maioria das vezes a gente já acessa quem queremos falar diretamente. Eu me irritava e não sabia porque. Mas hoje sei. É que eu queria ser conhecida como eu mesma. Por que eu tinha que ser “da onde”? Por que para passar a ligação eu tinha que ser de uma empresa?

Surpreendi-me recentemente ao descobrir que o problema da maioria dos profissionais individuais é exatamente o contrário. Por terem trabalhado por muitos anos em instituições, hoje empreendendo solo se sentem “diminuídos”, inseguros, por não terem o nome de peso os chancelando. Não são mais “o Claudio do HSBC”… “a Sheila da UFRJ”… “a Bruna da L’Oreal”.

A boa notícia é que não precisa ser assim! Você pode ser conhecido por ser você mesmo! Pela sua competência, pelo seu talento, pelo seu conhecimento, pelo seu jeito único de resolver as coisas. Você pode ser uma marca! Eu costumo dizer que Branding é a sua reputação, e isso você constrói. Ou você acha que alguém pergunta “Madonna da onde?” Exemplo extremo? Tá, mas aposto que deu para entender, porque um dia a Madonna também foi uma desconhecida. Mas garanto que nem no início da carreira ela se apresentava como “Madonna da Sire Records”…

Mais um exemplo: você conhece o Gabriel Barbosa Almeida? Bem, talvez não conheça por este nome… mas pode ser que você conheça o GABIGOL.

O GABIGOL já jogou futebol no Santos, no Inter de Milão, no Benfica, na Seleção Brasileira… hoje ele está no Flamengo. E se ele sair do Flamengo, ele deixa de ser o GABIGOL? NÃO. Por que? PORQUE O GABIGOL É UMA MARCA. Além do grande talento do atleta, ele desenvolveu características únicas, como um apelido, visual e gestual diferenciados. Crianças, até mesmo as muito pequenas, imitam o gestual do Gabigol.

foto ©www.extra.globo.com

Vários jogadores de futebol cabem neste mesmo exemplo. Vários outros profissionais de outras áreas também. O Gabigol foi apenas o primeiro que me veio à cabeça.

Você pode ser o Gabigol do seu mercado. Já pensou nisso?

Honre e agradeça à instituição onde você atuou. Mas não se sinta inferiorizado por não fazer mais parte dela. A instituição faz parte do seu currículo, mas ela não é o seu sobrenome.

Cuide bem do seu Branding.

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Marcia Fialho é Mentora de Conceito de Marcas. Formou-se em Design na PUC-Rio em 1984 e ajuda pequenos negócios a prosperar através do Branding.

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